Eu não sou cruel!

Uma antiga colega da escolinha (que quando anunciou o seu casamento suscitou sussurros cujo som se assemelhava a “Com qual deles?”) enviou-me, depois de uma eternidade sem contacto (thank god) um e-mail, repleto de sentimentos bonitinhos e informações da sua vida que claramente não me interessam. A determinado momento deste grandioso contacto a moçoila escreve: “Eu sei que nem sempre foste muito com a minha cara, mas no fundo sei que somos amigas, né?”

Bom… isto num frente a frente teria resultado numa explosão de riso, uns quantos palavrões, seguidos de um longo momento de silêncio constrangedor! Já por e-mail, tentando espelhar estas minhas emoções em mais do que 5 ou 6 palavrões, e para não ferir – muito – a moçoila, a resposta foi a seguinte:

Olá x,

Deixemo-nos de rodeios, até porque eu não gosto disso e quem me conhece sabe que sou uma pessoa directa. Comigo é curto e grosso! Deus me livre e guarde de algum dia vir a ser uma daquelas indivíduas que enrola o discurso todo e que depois às tantas já nem se percebe o que está a dizer ou (neste caso) a responder! E atenção, porque há, de facto, muito a discorrer sobre este tipo de pessoas, que por assim dizer, fogem com o rabo à seringa. É verdade, muitas ilações possíveis e diversas questões se levantam: fogem da questão ou são idiotas? Querem armar-se ao pingarelho ou não sabem efectivamente o que dizer? Teríamos de reservar um dia para falar sobre isto, se eu quisesse de facto falar contigo sobre qualquer tema.

Beijinhos

Acho que foi bastante claro! Não?

Nota: Eu não sou cruel! Sou verdadeira com uma gotinha de ácido. Acham que ainda me garanto um lugar no céu? - nada de rodeios!